
“Somos uma árvore que cuidamos com muito carinho e acreditamos que tudo
tem o seu tempo certo de vida”, afirma Ernesto sobre a família
Estará participando, ao vivo, do programa Porteira Aberta, que vai ao ar pela Rádio Osório 106.9 FM, às 9h de domingo, dia 4 de março, com a apresentação de Henrique Lopes, um dos grandes nomes da música nativista: Ernesto Fagundes. Por isso, a equipe de reportagem da Rádio Osório, esteve conversando com o músico.
Acompanhe na conversa abaixo mais sobre Ernesto Vilaverde Fagundes, que nasceu em Alegrete, dia 18 de janeiro de 1968. Ele que juntamente com o pai Bagre Fagundes, o irmão Neto Fagundes e o tio Nico Fagundes, integra o conjunto musical denominado Os Fagundes.
Ernesto Fagundes iniciou sua jornada rumo ao tradicionalismo aos 8 anos de idade, apresentando-se no CTG Vaqueanos da Fronteira, onde executava a tradicional dança da chula. Mais tarde, passou a acompanhar o pai em festivais nativistas, tocando bombo legüero.
Em 1985, mudou-se para Porto Alegre com a família, onde terminou seus estudos secundários. No ano seguinte, participou, com seus familiares, da gravação do LP Fagundaço. Em 1995, gravou seu primeiro disco individual. E assim vem até hoje, com mais de 10 discos gravados.
Ele falou um pouco, para todos
que acompanham a Rádio Osório, sobre a família, a música nativista e projetos
para 2018:
1 Rádio Osório - A família Fagundes é hoje uma das maiores referências do Estado na música e no nativismo. Esse legado em um momento de tanta transição na música é um feito. A que atribui esse sucesso contínuo?
Ernesto Fagundes - O primeiro dos Fagundes foi Darcy Fagundes, apresentador de rádio e ator nos filmes do Teixeirinha. Foi no programa dele ao lado de Luiz Menezes - o Grande Rodeio Farroupilha, que surgiram os primeiros artistas do Rio Grande do Sul. E ele era um grande declamador. Depois vem o tio Nico - Antonio Augusto Fagundes, poeta, jornalista, escritor, folclorista, historiador, apresentador de rádio e televisão. Mas a música d’Os Fagundes está no meu pai Bagre Fagundes, que com a sua gaitinha de 4 baixos compôs o Canto Alegretense nos versos do tio Nico. Assim como a abertura do programa Galpão Crioulo, a música Origens. O Bagre criou no Alegrete o Grupo Inhanduy (hoje Os Fagundes).
E com o grupo participou do início do movimento dos festivais ao lado dos filhos Neto e Ernesto Fagundes. Neto foi do clã do Bagre o primeiro a vir para Porto Alegre. Na capital tocava nos bares com o Borghetti. O movimento nativista se fortalecia nos anos 80. Mais tarde eu venho com o pai para Porto Alegre. E começo a tocar o meu Bombo Leguero com o Neto e também o Dante Ledesma. Na sequência chega o Paulinho, o caçula que hoje renova a música da nossa família. Agora respondendo a pergunta da longevidade digo: “somos uma árvore que cuidamos com muito carinho e acreditamos que tudo tem o seu tempo certo de vida”.
2 Rádio Osório - Como vê hoje a música nativista?
Ernesto Fagundes - Eu vejo a música do Rio Grande cheia de grandes talentos. E vários deles conquistaram o mundo com seus instrumentos. Nesses momentos de crises como o Brasil está atravessando precisamos nos reinventar no que fazemos. Os nossos artistas sempre cantam e tocam o orgulho de ser daqui. Precisamos que os governantes valorizem bem mais a nossa cultura, o turismo a educação e a história daqui.
3 Rádio Osório - Trabalhar em família é difícil. Como é a relação?
Ernesto Fagundes - Trabalhar em família não é fácil. Mas estamos num momento muito especial das nossas vidas. Criamos uma cumplicidade além de sermos da mesma família. No meu caso trabalhar com o pai e os meus irmãos é um presente que Deus me deu. Tenho orgulho disso. Quando a gente fica mais velho sabemos a importância da vida porque ela passa muito rápida. Todos nós sabemos disso.
4 Rádio Osório - Osório tem tentado manter e incentivar os músicos locais, com festivais como a Tafona da Canção. Como o senhor observa a realização de iniciativas como essas?
Ernesto Fagundes - Acho muito importante que Osório valorize os seus artistas. O Alegrete sempre valorizou Os Fagundes. Acho a Tafona um baita festival e o Rodeio um grande evento. Eu estou num momento voltado para o Litoral Norte. Em janeiro fizemos o Verão Gaúcho com Os Fagundes em Atlântida no Bali Hai. As pessoas adoraram ver a nossa cultura na praia. Estive tocando na Bela Dom 7 um lugar maravilhoso em Arroio do Sal que une o mar o campo e a lagoa. O nosso litoral tem um baita potencial que precisa ser bem mais valorizado.
5 Rádio Osório - Quais os seus projetos e novidades para 2018? O Litoral Norte está na sua agenda?
Ernesto Fagundes - Estamos com vários projetos para 2018 que já
começamos em Janeiro lá no Bali Hai. Fevereiro em Porto Alegre estivemos na
Cidade Baixa para uma integração com o Carnaval em uma homenagem ao Neto. Março
vamos lançar o CD Galpão sagrado do Neto, vamos trabalhar também o belíssimo CD do
Paulinho Fagundes chamado Janeiro,
vamos lançar em DVD a nossa série dos Fagundes
Tá no Sangue. Estamos produzindo um CD do pai Bagre Fagundes e também um CD novo meu. Estou lançando o CD Los Orientales com o maestro Vagner
Cunha agora em março no Santander. Estamos cheios de projetos para 2018 pedindo
sempre a proteção de Deus.
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