Uma jovem de 22 anos foi encontrada morta e em adiantado estado de decomposição na manhã desta terça-feira(10), e a mãe poderá ser indiciada por abandono de incapaz, negligência e homicídio culposo (quando  uma pessoa mata outra sem a intenção).  O fato ocorreu na rua Salgado Filho, 665 – Bairro Albatroz, em Osório.  O corpo foi localizado pela mãe, que estava acompanhada por um homem com quem mantinha uma relação amorosa eventual. De acordo com o homem, por volta das 7h da manhã, a mulher lhe procurou, e revelou que ao chegar em casa, encontrou a filha morta. O casal se deslocou até a residência, onde  foi constada a veracidade da revelação da mãe. “o corpo estava podre”, revelou o homem.  O passo seguinte foi chamar a Brigada Militar que foi ao local, isolou a área e acionou a Policia Civil, que acabou detendo a mulher e a levando para prestar depoimento. Antes disso,  iniciou-se uma reação dos moradores da vizinhança, que por pouco não se transformou em agressões. De acordo com os vizinhos, a mulher mora no local havia 3 anos, é usuária de drogas, e deixava a filha, que é especial, sozinha. Ela teria sido acometida de hidrocefalia, que é o acumulo de liquido no cérebro, comprometendo a visão, produzindo dificuldades cognitivas, perda de coordenação motora e incontinência. No caso da jovem, segundo os vizinhos, entre outras privações,  tinha dificuldades para falar e caminhar. “Ela era muito  querida e ficava alegre quando nos encontrava”, revelou uma vizinha. Sabendo disso, os moradores auxiliavam a jovem, lhe fornecendo comida e água, quando a mãe se ausentava. “Ela não cuidava da filha, e saia de casa para se drogar e se prostituir. Nem comida não dava pra ela”, revelou uma outra moradora que não se identificou. Curiosamente, nos últimos dias, esse auxilio não foi prestado, porque segundo os moradores, a mãe teria dito que havia internado a jovem em uma clínica, o que de certa forma, deixou os vizinhos mais tranquilos, e nem imaginaram que, como em outras vezes a jovem havia ficado abandonada na casa, enquanto a mãe se ausentou por 3 ou 4 dias, desde a última vez que foi vista. Na realidade, a jovem ficara desamparada em casa, sozinha e acabou morrendo. A causa da morte, apenas será apontada após a perícia feita pelo IGP (Instituto Geral de Perícias), mesmo que o corpo já estivesse em adiantado de decomposição. O delegado João Henrique, titular da  DP de Osório,  esteve no local com uma equipe de investigadores, e levou a mulher para prestar depoimento, na DP de Osório, e diante das circunstancias, vai analisar a possibilidade de indiciá-la pela morte da filha. Ela foi liberada e irá aguardar o encerramento do inquérito policial, no prazo de 30 dias. Mais tarde, o del. João Henrique, voltou ao local,  para acompanhar o trabalho dos peritos do IGP, e considera que o material coletado e o laudo dos peritos, serão importantes para conclusão do inquérito, e possível indiciamento da mãe da jovem.

Foto: Edgar Vaz