A Policia Civil, segue realizando as diligencias investigativas com objetivo de esclarecer e concluir o inquérito que apura a morte do ex-policial rodoviário federal Fabio Cezar Zortéa, 59 anos, registrado na segunda-feira (23), no centro de Torres.
Os advogados criminalistas Ivandro Bitencourt Feijó e Mauricio Custódio Adami, foram constituídos para defender dois dos policiais militares envolvidos no caso, e que participaram diretamente do confronto. Em entrevista na manhã de hoje (30), no Programa Olho Vivo, o advogado Ivandro Bitencourt Feijó trouxe a versão que está sendo defendida com o objetivo de provar a inocência dos policiais. Feijó, não se mostrou em dúvida em relação ao fato gerador, que terminou com a morte do ex-policial rodoviário federal, atingido por 3 tiros, “a complexidade desse caso se dá diante da forma como a sociedade vê os órgãos de segurança. Constantemente há uma resistência aos atos praticados, e esse não foi um caso isolado. É algo cultural onde uma parte da sociedade está ficando cada vez mais intocável, usando argumentos como sou filho do A; Eu sou o fulano; com quem tu acha que tá falando, etc, o que é determinante para não atender às ordens dos agentes de segurança”, explica. Ele defende que todos somos cidadãos comuns, “e aí pode ser filho de juiz, ou quem quer que seja, independente da classe social, ou do poder financeiro. Todos teriam que acatar o comando dos policiais. E isso vale nesse caso”, defende. São dois jovens com situação financeira estável, sustentados pelos pais, que tinha uma remuneração adequada, e pertencente a um órgão de segurança, a PRF, e portanto, conhecedores da rotina de patrulhamento e abordagens.
O advogado discorre detalhadamente para situar sua tese, utilizando-se das imagens produzidas por terceiros sobre o confronto, e que estão no inquérito policial, ou serão anexados pelos defensores. “ao contrário de se submeterem a abordagem, fugiram, dirigindo na contra mão pelas ruas da cidade. Quando pararam um deles acata a abordagem, sem problema algum e sequer é algemado, comprovando que era uma ocorrência aparentemente tranquila, onde nem bafômetro eles tinham. Mas o outro filho, Fabio Augusto, não aceita a abordagem, tenta tirar a arma de um dos policiais, o que gera o conflito, fugindo do controle dos policiais”. O defensor segue sua narrativa referindo que as imagens mostram Fabio Augusto, aplicando um golpe de Jiu Jitsu em um dos policiais, lhe imobilizando e retirando os carregadores de munição e tentando pegar a pistola. Neste momento, segundo a narrativa, um dos irmãos segurava o policial militar e outro agredia. Naquele momento, o pai e vítima fatal Fabio Cezar Zortéa, e sua esposa, também já estavam na calçada e envolvidos na briga, e onde o policial agredido no chão, teve dois dentes e o nariz quebrados, com a utilização dos carregadores como arma para a agressão. “Ele só não pegou a pistola, porque um vigilante particular que estava envolvido no confronto, auxiliando os policiais, impediu”, argumenta.
Questionado sobre a técnica de abordagem dos policiais, o advogado Ivandro Bitencourt Feijó, argumentou que diante das circunstancias, se o policial desse um tiro para o alto como seria recomendável, não surtiria nenhum efeito, então ele teve que atirar em Fabio Augusto, mas ele continuava agredindo o segundo policial. É então que ele atira novamente, e nem assim, o agressor solta o policial. Nesse instante, a vítima se arma com um porrete e tenta atingir o policial que está com a pistola na mão, e acaba sendo atingindo por três tiros. Ele não cai e ainda agride o policial que estava dominado pelos filhos, para só depois cair, sentindo os efeitos dos disparos. “As imagens são esclarecedoras, o policial que estava no chão é agredido com os carregadores, e o segundo policial tentou lhe ajudar. Quem provocou os disparos foi o próprio filho da vítima”, conclui.